Euribor: Qual o impacto no crédito da casa?

Outubro 8, 2024

A Euribor é um dos principais indicadores financeiros utilizados para calcular as prestações de crédito à habitação em Portugal, sendo particularmente relevante para os contratos com taxa de juro variável. Criada em 1999 com a introdução do Euro, esta taxa influencia diretamente os valores que os consumidores pagam pelas suas casas. Recentemente, tem-se assistido a uma ligeira descida nas taxas Euribor a três, seis e 12 meses, o que poderá trazer algum alívio às famílias que têm os seus créditos indexados a este valor. No entanto, entender como a Euribor é calculada e de que forma afeta o crédito é essencial para gerir as finanças pessoais de forma mais eficaz, principalmente em momentos de maior incerteza económica.

Euribor: Qual o impacto no crédito da casa?

O que é a Euribor?

A Euribor, ou Euro Interbank Offered Rate, é a média das taxas de juro praticadas pelos principais bancos da Zona Euro nos empréstimos que realizam entre si. Esta taxa surge da necessidade dos bancos de obter financiamento de outras instituições financeiras e é calculada com base nas operações diárias realizadas entre 52 bancos europeus. Ao refletir os custos de financiamento dos bancos, a Euribor afeta diretamente os consumidores, já que é utilizada como indexante para os créditos pessoais e, principalmente, para os créditos à habitação.

Como é calculada a Euribor?

O cálculo da Euribor é realizado diariamente, com base nas taxas de juro contratadas entre os maiores bancos da Zona Euro. A Federação Europeia de Bancos seleciona os bancos mais ativos e saudáveis financeiramente, sendo os dados recolhidos e divulgados às 10 horas de Lisboa. Excluem-se as 15% de taxas mais elevadas e mais baixas, sendo a média calculada com arredondamento às três décimas. Este processo assegura que a Euribor reflete de forma justa as condições do mercado financeiro europeu.

Impacto da Euribor no crédito à habitação

A Euribor é particularmente importante para os créditos à habitação com taxa variável. Em Portugal, a maioria dos contratos de crédito à habitação estão indexados à Euribor a seis meses, embora existam outras opções, como a Euribor a três e 12 meses. A taxa variável resulta da soma do spread (a margem de lucro do banco) com a Euribor. Assim, quando a Euribor aumenta, o valor da prestação mensal também aumenta, e quando desce, a prestação diminui. Isto significa que os consumidores devem estar atentos às flutuações desta taxa para prever o impacto no seu orçamento.

Os acontecimentos mundiais e a Euribor

A Euribor é influenciada por eventos económicos globais. Situações como a pandemia, guerras ou crises económicas podem aumentar a incerteza nos mercados financeiros, o que tende a fazer subir a taxa de juro diretora do Banco Central Europeu (BCE) e, por consequência, a Euribor. Em momentos de incerteza, muitos consumidores optam por créditos de taxa fixa, para se protegerem das flutuações da Euribor.

Euribor e as poupanças

A Euribor não afeta apenas os créditos à habitação, mas também o retorno das poupanças. Quando a Euribor está alta, os bancos tendem a oferecer melhores taxas de juro nos depósitos. Contudo, quando a Euribor desce, a remuneração das poupanças diminui, o que reduz os ganhos dos depositantes. Por isso, é importante para os consumidores estarem cientes do impacto da Euribor, tanto nos seus créditos como nas suas poupanças.

Taxa fixa ou variável?

A escolha entre taxa fixa e taxa variável depende das preferências do consumidor e do contexto económico. A taxa fixa garante estabilidade nas prestações ao longo do tempo, enquanto a taxa variável permite beneficiar de descidas da Euribor, mas também implica o risco de subida dos encargos mensais. Em momentos de Euribor baixa, muitos optam por taxa variável, mas é crucial considerar o impacto a longo prazo, especialmente num contrato de várias décadas.